Na história da ciência, chama-se revolução científica o período que começou no século XVI e prolongou-se até o século XVIII[1][2]. A partir desse período, a Ciência, que até então estava atrelada à Filosofia, separa-se desta e passa a ser um conhecimento mais estruturado e prático. As causas principais da revolução podem ser resumidas em: renascimento cultural, a imprensa, a reforma protestante e o hermetismo[1]. A expressão "revolução científica" foi criada por Alexandre Koyré, em 1939.
O Renascimento trouxe como uma de suas características o humanismo.
Esta corrente de pensamento e comportamento pregava a utilização de um
senso crítico mais elevado e uma maior atenção às necessidades humanas
ao contrário do teocentrismo
da Idade Média, que pregava a atenção total aos assuntos divinos e,
portanto, um senso crítico menos elevado. Este maior senso crítico
exigido pelo humanismo permitiu ao homem observar mais atentamente os
fenômenos naturais em vez de renegá-los à interpretação da Igreja Católica.
Houve antes muitas teorias revolucionárias que diferem na intensidade
com que influenciaram o pensamento humano. Algumas representaram
profundas modificações na forma do homem examinar a natureza, como por
exemplo, a introdução de um tratamento matemático na descrição dos
movimentos dos planetas, introduzida pelos babilônios e depois aperfeiçoada pelos gregos. Outras representaram microrrevoluções, como o sistema de classificação de seres vivos, introduzida por Aristóteles.
Eventos marcantes da revolução científica, no início do século XVI, foram a publicação das obras De revolutionibus orbium coelestium ("Das revolucões das esferas celestes") por Nicolau Copérnico e De Humani Corporis Fabrica ("Da Organização do Corpo Humano") por Andreas Vesalius. A publicação do Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo, por Galileu Galilei e o enunciado das Leis de Kepler impulsionaram decisivamente a revolução científica.
Com a referida revolução, a ciência mudou sua forma e sua função,
passando a ser repensada nos moldes na nova sociedade que estava
emergindo nesta época. Os objetivos do homem da ciência e da própria
ciência acabaram sendo redirecionados para uma era livre das influências
místicas da Idade Média.
A imprensa, após a invenção do tipo móvel por Johannes Gutenberg, disseminou-se neste período e desempenhou um papel fundamental na revolução científica [1]
Assim, desapareciam os erros de interpretação e cópia que acabavam por deturpar as traduções na época dos pergaminhos. A impressão em Vernáculo
permitiu uma maior divulgação de material se comparado aos escritos em
latim, que eram compreendidos apenas pelos estudiosos desta língua[1].
A reforma religiosa participou de modo decisivo do desencadeamento da
revolução científica. Os reformistas pregavam que uma forma de se
apreciar a existência de Deus era através das descobertas na ciência e
por isto estas foram incentivadas, proporcionando uma propulsão ao
desenvolvimento da revolução científica.
Finalmente, o hermetismo selou a revolução, na medida em que
representava um conjunto de ideias quase mágicas, mas que exaltavam a
concepção quantitativa do universo, encorajando o uso da matemática para
relacionar grandezas e demonstrar verdades essenciais. A difusão da
matemática criou um ambiente propício para o desenvolvimento de um
método científico mais rigoroso e crítico, o que modificou a forma de
fazer ciência.
Não é necessário enumerar as consequências deste período na história
da ciência. Todos os grandes desenvolvimentos posteriores talvez não
tivessem sido possíveis sem a reestruturação científica. Como toda
revolução, esta não ocorreu de maneira isolada ou por motivos próprios,
mas foi consequência principalmente de uma nova sociedade imbuída em
novas ideias.
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